sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pra não esquecer mais


Como se já não fosse bom o suficiente poder ir ao cinema pagando apenas R$ 2,50, sem ingresso de estudante, assisti ontem no Espaço Unibanco ‘Simonal – Ninguém sabe o duro que dei’. O filme dá vontade de rir, chorar, ouvir música e ler 'O Pasquim'. Traz um saudosismo estranho, de coisas que eu não vivi e, bem sinceramente, nem sabia muito bem que tinha acontecido até então.


A história dá um bom pano pra manga. Simonal, filho de emprega doméstica, negro e pobre, torna-se o mais conhecido show man do Brasil. Enquanto a música nacional se preocupava em falar alto contra a ditadura, o cantor só queria hipnotizar a multidão com swing e pilantragem.


Por causa de uma encrenca mal explicada com o próprio contador, o artista debochado acaba ganhando fama de dedo-duro da ditadura e excluído pela imprensa e classe artística. E assim continua até sua morte, em 2000 – sem espaço não só como figura pública, mas vendo também sua música ser condenada a ficar de fora da tão aclamada MPB produzida na época.


Muito mais que uma história comovente, o mérito do filme está em conseguir, em 86 minutos, expor os mais diversos aspectos que compunham o Simonal: o menino pobre, o jovem, o cantor carismático, o orgulho, o descompromisso, o pai preocupado, a frustração, o esforço, a esperança e a fraqueza. Uma mistura e tanto de música, história, imagem e bons depoimentos.

2 comentários:

Larissa Rosa disse...

uhuuuuuuuuuuu, esse bateu fundo no coração!! AMEI!!!!

Lica disse...

adoro suas percepções :)