Antes do show um colega do jornal me contou da aparição dela no programa de tv e de como ela era monossilábica. Fui para a apresentação com outro colega do trabalho, que também falou das respostas “sim”, “não” e “ééé...”, que Cesária costumava dar aos jornalistas. A assessora de imprensa da prefeitura tambéééém fez a delicadeza de dizer que era muito difícil tirar algumas palavras dela.
Começou o show. Linda, diva, maravilhosa. Que voz, que músicas, quanta intensidade! Aquela língua, o crioulo, da qual sou um pouco íntima por ter amigos da mesma nacionalidade, soava angelical.
Acabou o show, fui me encontrar com a assessora, que me levou para trás do palco. Fiquei esperando com outro estagiário de jornalismo. Ficamos sentados. Conversamos, claro, sobre como ele conhecia um jornalista que voltou puto da vida depois de uma entrevista com ela por não ter conseguido muito. Aquilo embrulhava meu estômago, mas a vontade de vê-la e descobrir como é aquela voz de perto era maior. Até que esperamos demais e o produtor, que tinha prometido nos chamar quando o camarim esvaziasse, foi embora e nos deixou lá. Voltei para casa a pé na garoa, frio, um pouco aliviada e muito triste por ter perdido essa chance de ouro. Foi assim, o dia em que não entrevistei Cesária Évora.
Um comentário:
ai, lindona!!!!
adorei o texto.
mesmo vc avisando no começo que ñ tinha entrevistado ela eu ainda fiquei torcendo por uma reviravolta! hahahhaa
beijoooooo
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