sexta-feira, 2 de maio de 2008

O dia em que não entrevistei Cesária Evora

Depois de um show disputadíssimo da caboverdiana na Virada Cultural, evento que contemplou os paulistas com 24 horas de atividades culturais gratuitas (diversidade PURAAA!), chegou a vez de minha terra natal, Santo André, receber a diva dos pés descalços. Aconteceu no Teatro Municipal, na terça-feira (dia 29 de abril). Fui a trabalho pelo jornal mas, na realidade, eu iria de qualquer jeito. Um evento desse porte gratuito e do lado de casa não é de se desperdiçar.

Antes do show um colega do jornal me contou da aparição dela no programa de tv e de como ela era monossilábica. Fui para a apresentação com outro colega do trabalho, que também falou das respostas “sim”, “não” e “ééé...”, que Cesária costumava dar aos jornalistas. A assessora de imprensa da prefeitura tambéééém fez a delicadeza de dizer que era muito difícil tirar algumas palavras dela.


Começou o show. Linda, diva, maravilhosa. Que voz, que músicas, quanta intensidade! Aquela língua, o crioulo, da qual sou um pouco íntima por ter amigos da mesma nacionalidade, soava angelical.



Acabou o show, fui me encontrar com a assessora, que me levou para trás do palco. Fiquei esperando com outro estagiário de jornalismo. Ficamos sentados. Conversamos, claro, sobre como ele conhecia um jornalista que voltou puto da vida depois de uma entrevista com ela por não ter conseguido muito. Aquilo embrulhava meu estômago, mas a vontade de vê-la e descobrir como é aquela voz de perto era maior. Até que esperamos demais e o produtor, que tinha prometido nos chamar quando o camarim esvaziasse, foi embora e nos deixou lá. Voltei para casa a pé na garoa, frio, um pouco aliviada e muito triste por ter perdido essa chance de ouro. Foi assim, o dia em que não entrevistei Cesária Évora.

Um comentário:

Gi disse...

ai, lindona!!!!
adorei o texto.
mesmo vc avisando no começo que ñ tinha entrevistado ela eu ainda fiquei torcendo por uma reviravolta! hahahhaa


beijoooooo