sexta-feira, 26 de junho de 2009

Jean Charles

Estréia hoje nos cinemas "Jean Charles", que conta a história do brasileiro morto pela polícia londrina em 2005, após ser confundido com um terrorista no metrô. A equipe deste humilde blog teve o prazer de acompanhar a pré-estréia do filme ontem, com uma palestra dos produtores conduzida por Fernando Meirelles.

O longa foi muito mais leve e divertido do que eu imaginava e a direção e roteiro ficaram com o mérito de não transformar a história em um dramalhão sem fim. Selton Mello conseguiu humanizar a história do jovem brasileiro. A presença de Luiz Miranda como Alex, primo de Jean, foi a boa surpresa, com uma interpretação que transitou do cômico ao dramático sem artificialismos.

A história mostra um pouco de como o imigrante se virava pra viver em Londres junto com os primos e apresenta Jean não como um mártir, mas como alguém com o jogo de cintura que qualquer um teria pra se virar ilegalmente em um país europeu

As personagens de Patricia e Maurício, prima e chefe de Jean Charles, são interpretadas pelas pessoas reais. Segundo o diretor do filme, Henrique Goldman, Maurício foi uma das principais fontes para compor o roteiro do filme, já que ele contou para a equipe um lado pouco conhecido e explorado pela mídia na desgastada história do incidente. "Nos depoimentos que colhemos, as primas de Jean endeusavam ele. Por isso, tivemos que encontrar a parte humana pra contar no filme", explica o roteirista, Marcelo Starobinas.

Goldman conta que a intenção nunca foi produzir uma película completamente dramática, apesar do final trágico já tão conhecido do público. "Eu queria um filme que celebrasse a imigração. A forma como essas pessoas lutam, trabalham e são sonhadoras. Não queria algo completamente triste", esclarece. Quanto à função política da história, isso ficou por conta de pequenos detalhes. Segundo o roteirista, "Temos cenas que mostram um pouco do preconceito contra o imigrante após os atentados terroristas em Londres, mas acreditamos que isso deve estar muito mais no entendimento de quem assiste do que de forma explícita".

A co-produção Brasil/Inglaterra ainda não tem sua versão em inglês finalizada. A equipe espera expandir o filme para além dos dois países que compõe e história e exibi-lo em outros regiões da Europa e nos Estados Unidos.

Um comentário:

Mari disse...

Não estava muito afim de ver o filme Gi, mas sua crítica me convenceu. Vou dar uma chance ao Jean ....