quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fuma, Che!


Ironicamente sofrendo de asma, o revolucionário interpretado por Benicio Del Toro passa as duas horas do filme "Che - Parte I" fumando charuto e cigarro. Essa lenda, que muitos conheceram melhor após o filme "Diario de Motocicleta", tem outra personalidade neste longa. Se mostra rígido, inteligente e cheio de vontade de mudar o mundo.

Os planos abertos das batalhas mostram a imensidão da revolução Cubana. Os planos fechados nos aproximam do protagonista e dão todo o mérito para a força dos discursos. Entendo que nem todos que forem assistir são apaixonados por essa história, mas a dica é ficar atento nos diálogos, que são brilhantes.

A semelhança até assusta. Tanto Del Toro quanto Demian Bichir (que interpreta o duro e sucinto Fidel) chegam a confundir o espectador. O diretor Steven Soderberghs optou por uma narrativa não linear que mistura três momentos: Che, Fidel e Raul Castro (o lindíssimo Rodrigo Santoro) no México antes de partir, os revolucionários nas batalhas em Cuba e Che nos Estados Unidos.

Enquanto ele visita Nova York, as imagens se confundem com antigas gravações televisivas, o que eu acho um tanto perigoso. O filme é tão real que parece um documentário mas é bom lembrar que é, sim, uma ficção e esta é apenas uma versão de uma história. Por isso é importante ter bom senso e dosar, sempre.

Fiz diversas reflexões, que ficarão para mesas de bar com quem se interessar. Mas a pergunta que fica para mim depois do filme é: quem ainda quer fazer revolução com palavras?
**
"Prefiro enfrentar um soldado do que uma jornalista" - Che no filme

Nenhum comentário: