segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Descobertas

Quando minha mãe colocou junto às minhas coisas o livro “O Conto do Amor”, de Contardo Calligaris, disse: "É muito bom, li em um dia". Não me impressionou, já que minha mãe possui aquela fascinante facilidade de concentração na leitura, diferente de mim. Na primeira oportunidade, um fim de domingo, troquei o Domingão do Faustão e os poemas de Vinicius por esse tal de Calligaris. Pobre de mim, que sei tão pouco da vida. O autor é um psicanalista italiano que vive no Brasil, além de ser colunista da Folha de São Paulo. (Pausa para vergonha de uma jornalista recém-formada).

Basicamente, “O Conto do Amor” conta a história de Carlo Antonini, psicanalista italiano que morava em Nova York (assim como o próprio autor). Antes de morrer, o pai, apaixonado por arte renascentista, o instigou com uma estranha história de ser a reencarnação de um ajudante do pintor Sodoma (1477-1549), enquanto pintava o convento de Monte Oliveto Maggiore. Doze anos após a morte de seu pai e com algumas dicas nas mãos, nosso protagonista volta à Itália para pesquisar essa estranha hipótese. São 124 páginas de descobertas, história da arte, belas descrições de Florença, Siena, Nova Yorke e Paris e, claro, romance.

Devo ter devorado o livro em umas três horas ininterruptas.

Penso que eu desejava tanto que essa história fosse verdade, que fui pesquisar sobre esse tal livro, o primeiro de Contardo Calligaris. Para minha infelicidade, li no site Planeta News que a história é sim, uma ficção. De auto-biográfico o livro conta apenas o primeiro capítulo. Vale ler também mais uma crítica de Julio Daio Borges, diretor do Digestivo Cultural.

Mas sendo verdade ou não, é uma leitura pra lá de agradável, daquelas que arrepia e dá frio na barriga. Ainda bem que sou jovem e tenho muito o que aprender.

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