Antes tarde do que nunca, parte 2: assisti "Piaf". Ô vidinha sofrida a dessa mulher, essa tal de Édith Giovanna Gassion. Me fez lembrar Frida Kahlo, que também passou por poucas e boas. As duas tem um belo filme e deixaram belas artes para que a linda passagem delas por esse mundo não seja nunca esquecida. Piaf é imortal, mesmo. Até na caixinha de música, daquelas que tem uma bailarina dançando.
Enfim...coincidentemente li uma poesia de Cecília Meireles (outro exemplo de imortalidade), que me lembrou a cantora. Então para mudar um pouco os padrões de crítica do blog, vou deixá-los com uma poesia.
Humildade
Tanto que fazer!
livros que não se lêem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis…
até o fim do mundo assinando papéis.
E os pássaros detrás de grades de chuva.
E os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos,
nem para quê.
Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis…
até o fim do mundo assinando papéis.
E os pássaros detrás de grades de chuva.
E os mortos em redoma de cânfora.
(E uma canção tão bela!)
Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos,
nem para quê.