segunda-feira, 25 de agosto de 2008

La bellezza è fondamentale


Meu irmão é filho único: Entre os anos de 1960 e 1970, dois irmãos tentam mudar o mundo, cada um a sua maneira. O mais velho, Manrico membro ativo no partido comunista local. Accio o caçula, se envolve com o reacionário partido fascista. Rivais na política, eles também se antagonizam na luta pelo amor da bela Francesca. (sinopse do Uol)

Gracioso.

As visões políticas opostas dos irmãos são apenas um pretexto para uma história carismática e belíssima, plasticamente falando (afinal, o filme é italiano). O encrenqueiro Accio Benassi (Elio Germano) é divertidíssimo, dentro da sua confusão e falta de sincronismo com a família.

E como já disse o poeta “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”, não posso deixar de comentar a tamanha formosura do casal Manrico Benassi (Riccardo Scamarcio) e Francesca (Diane Fleri). É nessas horas que penso: queria ter nascido italiana!!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Locked-in - Preso dentro de mim

Antes de qualquer coisa, a sinopse (retirada do site do Belas Artes):

O escafrando e a borboleta
dirigido por Julian Schnabel

"A incrível história de Jean-Dominique Bauby, que aos 43 anos, quando trabalhava como editor da revista Elle, sofreu um derrame cerebral que lhe causou uma rara paralisia, restando apenas o movimento de seu olho esquerdo. Porém, a sua imaginação e paixão pela vida eram tão imensas que ele arranjou uma maneira de continuar se comunicando através de um alfabeto que ele desenvolveu com as pálpebras."

PS: Odeio sinopses!! Elas não conseguem trasmitir a imensidão do assunto tratado (ou a falta de assunto a ser tratado).

Vou resumir porque o filme é digno de uma tarde de elogios, num bar, com chopp, claro! O diretor conseguiu através de um produto audiovisual, mostrar o olhar do personagem em condições já explicadas acima. Entendem como é a própria controvérsia? Com o início angustiante, o filme consegue nos fazer sentir um pouco do próprio Bauby.
A fotografia é belíssima. As atrizes francesas então, nem se fala. O ator...bem. Para esse me faltam adjetivos. Apesar do drama, o bom humor prende a atenção. Sim, a gente chora. Mas a gente ri demais também. E como se não bastasse, ainda tem Tom Waits na trilha musical. Veja o trailer com a música dele aqui.

Quem ainda não viu, me chame, pra eu ter uma desculpa de assistir de novo!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O mundo perde o brilho de Satie

Foto: Luciano Vicioni

Aos 57 e já lutando contra o câncer, a bailarina Ivonice Satie faleceu na madrugada de terça-feira, dia 12 de agosto. Ela já estava internada no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Dança - Ivonice se formou bailarina na Escola Municipal de Bailado de São Paulo. Por 14 anos integrou o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo, atual Balé da Cidade, onde também atuou como bailarina, assistente de coreografia e de direção artística e foi diretora.

Dançou no exterior no Ballet du Grand Théatre de Genève. Durante dez anos, Ivonice trabalhou como assessora de linguagem artística de Diadema, de 1993 a 2003, quando foi convidada a ser diretora artística da Companhia de Dança do Amazonas. De volta a São Paulo, a bailarina trabalhou como uma das diretoras artísticas do Estúdio 3 Espaço de Dança e, atualmente, como coreógrafa da Cia. Sociedade Masculina, em São Paulo.

Em junho, Satie concedeu uma entrevista ao Labirinto Cultural. Confira aqui na íntegra!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Descobertas

Quando minha mãe colocou junto às minhas coisas o livro “O Conto do Amor”, de Contardo Calligaris, disse: "É muito bom, li em um dia". Não me impressionou, já que minha mãe possui aquela fascinante facilidade de concentração na leitura, diferente de mim. Na primeira oportunidade, um fim de domingo, troquei o Domingão do Faustão e os poemas de Vinicius por esse tal de Calligaris. Pobre de mim, que sei tão pouco da vida. O autor é um psicanalista italiano que vive no Brasil, além de ser colunista da Folha de São Paulo. (Pausa para vergonha de uma jornalista recém-formada).

Basicamente, “O Conto do Amor” conta a história de Carlo Antonini, psicanalista italiano que morava em Nova York (assim como o próprio autor). Antes de morrer, o pai, apaixonado por arte renascentista, o instigou com uma estranha história de ser a reencarnação de um ajudante do pintor Sodoma (1477-1549), enquanto pintava o convento de Monte Oliveto Maggiore. Doze anos após a morte de seu pai e com algumas dicas nas mãos, nosso protagonista volta à Itália para pesquisar essa estranha hipótese. São 124 páginas de descobertas, história da arte, belas descrições de Florença, Siena, Nova Yorke e Paris e, claro, romance.

Devo ter devorado o livro em umas três horas ininterruptas.

Penso que eu desejava tanto que essa história fosse verdade, que fui pesquisar sobre esse tal livro, o primeiro de Contardo Calligaris. Para minha infelicidade, li no site Planeta News que a história é sim, uma ficção. De auto-biográfico o livro conta apenas o primeiro capítulo. Vale ler também mais uma crítica de Julio Daio Borges, diretor do Digestivo Cultural.

Mas sendo verdade ou não, é uma leitura pra lá de agradável, daquelas que arrepia e dá frio na barriga. Ainda bem que sou jovem e tenho muito o que aprender.