sexta-feira, 30 de maio de 2008

Meirelles para ver!


Finalmente estreou o novo longa-metragem do diretor Fernando Meirelles, Blindness (em português: “Ensaio sobre a cegueira”). No dia 14 de Maio, o filme abriu o festival de Cannes 2008. Aparentemente, o público mundial de cinéfilos que estavam presentes à exibição não gostaram tanto assim da adaptação cinematográfica do livro de José Saramago.


Depois de finalizado o processo de captação de imagens do filme, em outubro de 2007, Meirelles penou para conseguir acabar a parte de edição. Como ele explica melhor do que ninguém no blog oficial do filme (blogdeblindness.blogspot.com), chegou a editar DEZ versões da montagem entre opiniões do pessoal da distribuidora norte-americana Miramax, de amigos, e do público em test screenings.

O fato é que o roteiro fala sobre assuntos muito pesados como violência sexual, e tentar traduzir a cegueira em imagens é um grande desafio. Meirelles tem consciência disso. "Se você tem um filme polêmico, não o leve a um festival", disse à imprensa.

O roteiro conta a história de uma cidade que sofre uma epidemia de cegueira repentina. Os primeiros cidadãos contaminados, então, são colocados em quarentena num manicômio abandonado e lá dentro, os criminosos e os mais fortes abusam friamente dos outros. A esposa de um médico (Juliane Moore e Mark Rufallo), ainda com visão intacta, sofre calada ao ver os horrores, fingindo estar cega para acompanhar o marido a fins de ajudá-lo a escapar. Também atuam no filme Gael Garcia Bernal, Danny Glover e a brasileira Alice Braga.

O filme deve chegar aos cinemas no segundo semestre de 2008. Assista o trailer em: http://www.blindness-themovie.com/

terça-feira, 27 de maio de 2008

Manolo Blahniks e Jimmy Choos na telona!

O filme Sex and the city chega às telas nacionais (DOS ESTADOS UNIDOS) esta sexta-feira, dia 30 de Maio, para deleite dos norte-americanos. Brasileiros só poderão assistir às aventuras das moças nova-iorquinas a partir do dia 06 de junho, ou seja, uma semana mais tarde.

Para quem não é familiarizado com a séria de TV, criada por Darren Starr a partir do livro de Candance Bushnell, saibam que este conta a historia de quatro amigas que moram em Manhanttan e vivem se reunindo para falar, entre outras coisas, sobre suas experiências com amor e sexo. A série gira em torno da personagem principal, Carrie Bradshaw, uma jornalista que sustenta seu consumismo por sapatos de grife escrevendo a coluna “Sex and the city” para um famoso jornal da Grande Maçã.

Existe a recatada e romântica Charlotte York que durante os episódios da série sonhava com seu príncipe encantado, enquanto Samantha Jones, uma publicitária auto-suficiente, se comportava como os homens da cidade grande: transava quando sentia vontade – e sem sentimentos. A quarta amiga é Miranda Hobbes, a cética advogada que acabou engravidando e casando com o namorado para perceber que, sim, homens às vezes têm sentimentos.

No ultimo episódio da série, Charlotte, casada com seu advogado de divórcio, adota uma criancinha chinesa porque não conseguia engravidar. Carrie acaba reencontrando o seu verdadeiro amor, Mr. Big, e voltam a namorar. O enredo do filme é o casamento de Carrie com Big, mas será que a loira casa?
Fica para os espectadores esperarem até Julho para saber o que acontece. Uma saída para quem está morrendo de curiosidade para saber quais foram os figurinos usados pelas atrizes, é só apelar para a Internet e ver o filme antes. Quem mandou não fazer estréia mundial?

Site oficial (em inglês): http://www.sexandthecitymovie.com/

Olhares sobre o centro

Para quem gosta de fotografia e quer arriscar um concurso eis uma bela oportunidade, o 2º concurso Fotografe o Centro de São Paulo. Voltado para amadores de todas as idades. As inscrições encerram no dia 7 de junho, e cada pessoa pode competir com 2 fotos digitais em formato JPEG.

O evento é mais uma iniciativa para valorizar o tão bonito e bagunçado centro da cidade. O concurso conta com as categorias infantil (até 13 anos), juvenil (de 14 a 17 anos), adulto (de 18 a 64 anos) e terceira idade (acima de 65 anos).

Serão selecionadas vinte imagens vencedoras. Quem ganhar recebe um certificado e um dos prêmios. Entre eles há brinquedos para a categoria infantil, ampliações fotográficas e pochetes. Sim, isso mesmo, alguém ainda acredita que pochete é prêmio.

De qualquer forma o concurso vale a pena e tentar alguns retratos do centro pode render surpresas agradáveis. Além disso, as fotos vencedoras ficarão expostas no Espaço Metrópole Café, a partir do dia 21 de junho. É de fazer brilhar os olhos de qualquer aspirante a fotógrafo.


A foto acima foi tirada pela Lica durante a Virada Cultural deste ano. Os concorrentes que me perdoem mas, na minha opinião, é uma excelente candidata a ganhar uma pochete.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Cultura Inútil

Nada como um post de cultura inútil no clima desta véspera de feriado de corpus christi. Pasmem: a revista de finanças e negócios norte-americana "Forbes" elegeu, no último dia 07, os carros mais velozes da ficção. Segue o ranking:
  1. Blurr do "Transformers", disparado com 1.287 km/h

  2. Mach 5 do "Speed Racer", com 415 km/h

  3. Batmóvel do "Batman Begins", com 354 km/h

  4. Charger do Dom do "Velozes e Furiosos", com 354 km/h

  5. K.I.T.T. da "Supermáquina", com 326 km/h

  6. Relâmpago McQueen do "Carros", com 321 km/h

  7. General Lee de "Os Gatões", com 321 km/h

  8. Astor Martin de James Bond do "Cassino Royale", com 307 km/h

  9. Herbie de "Se meu fusca falasse", com 305 km/h

  10. Darg-u-la de "Os Monstros", com 257 km/h

Agora eu me pergunto.....como medir a velocidade de carros de animação?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ele está de volta!

O queridinho do público feminino brasileiro está em novo filme internacional. "Leonera", foi exibido durante o Festival de Cannes, que começou ontem (14 de maio) e segue até dia 25 na cidade francesa. O longa é dirigido pelo argentino Pablo Trapero e conta a história de Julia (a mulher do diretor, Martina Gusman), que tem o seu filho numa prisão, após o namorado aparecer morto na cama com o amante (o irresistível Santoro). Parece se tratar de um drama de triângulo amoroso e pelas críticas, o brasileiro se saiu bem e tem um papel importante, apesar das poucas aparições.

"Para o espectador fica como lembrança de Ramiro um Rodrigo Santoro diferente de tudo que já se viu. Seco no olhar e econômico nos gestos, Santoro prova o quanto amadureceu artisticamente na composição de um homem capaz de trair velhos amores em nome de seus interesses"
Rodrigo Fonseca, de Cannes para O Blog do Bonequinho

E ainda tem mais: dia 21 lança o filme “Che”, uma super produção dirigida por Steven Soderbergh, onde Santoro vive Raul Castro, irmão de Fidel. É só alegria para os olhos!
Foto: Rodrigo Santoro e a protagonista de "Leonera" em Cannes (Foto: AFP)

A movimentação cultural fora do centro


Desde maio do ano passado a ONG Ação Educativa produz a Agenda Cultural da Periferia. Lá estão desde eventos nem tão periféricos assim, como o Samba da Vela que acontece toda semana na Casa de Cultura Santo Amaro, quanto acontecimentos mais escondidos na periferia.


O legal é encontrar no guia tantos eventos culturais gratuitos ou com preços que cabem em todos os bolsos. Chega a ser estranho pensar que uma publicação como essa foi surgir há apenas um ano. Para uma cidade como São Paulo, integrar e valorizar eventos da pariferia me parece essencial.


Já foram distribuidos 120 mil exemplares da Agenda Cultural desde maio do ano passado. Para quem ainda não teve a sorte de ter um guia desses em mãos, é só entrar no site. Lá eles disponibilizam todo o conteúdo da revista impressa e ainda deixam espaço para que as pessoas enviem os eventos que querem divulgar.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Nota zero!!

Talvez esse post nem se enquadre na proposta deste blog, que é opinar, discutir e refletir sobre questões de cultura, entretenimento e coisa e tal, mas como anti-rede globo que sou, preciso desabafar.

Anteontem a noite, quarta-feira (07 de maio) estava no meu quarto, no computador, e a tv estava ligada no jogo do São Paulo x Nacional, do Uruguai. Não sou uruguaia e muito menos me simpatizo com esse time paulista, mas achei a maior sacanagem tirar a transmissão do futebol para fazer um link direto da "casa dos pais da madrasta da menina Isabella Nardoni", naquele momento que a polícia estava levando o casal suspeito de assassinato para a cadeia.

Não vou entrar no mérito do crime, mas pobres dos "sabe-lá-quantos" torcedores são paulinos que tiveram que perder o gol do Adriano no final do primeiro tempo: ERA O GOL QUE O TIME PRECISAVA PARA SE CLASSIFICAR. O que é para um torcedor não poder comemorar o gol da classificação?? E isso em troca de maaaaais desse caso, que já passou dos limites do suportável. Me nego a ligar a televisão para não ter que aguentar essa tortura.
Chega de dar a não-notícia desse caso ("Mãe não chora", "Pai não disse", "Eles ainda não foram presos")!!!!!!!
Por essa, me solidarizo com os são paulinos...
E Rede Globo, mais uma vez, levou nota zero.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Os treze mandamentos do jornalista

Não terás vida pessoal,familiar ou sentimental.
Não verás teu filho crescer.
Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
Terá gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlcera.
A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China in Box.
Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.
Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.
Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.
Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.
10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te fará mais efeito.
11º Terás sonhos, com entrevistados, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.
12º Exibirás olheiras como troféus de guerra.
13º E, o pior... Inexplicavelmente gostará de tudo isso!!

******* Pq ng me contou isso antes?????????? *************

sábado, 3 de maio de 2008

História para contar com uma foto


Ontem resolvi aproveitar o dia claro, no meio desse feriado chuvoso, e tirar algumas fotos para o ensaio fotográfico sobre graffiti que estamos preparando.

Fui na avenida Jornalista Roberto Marinho, zona sul de São Paulo. No cruzamento com a avenida Berrini tem uma favela com alguns graffitis. Não sei quantas pessoas pintaram o lugar, mas alguns desenhos estão assinados pelo Mundano, grafiteiro que já tem marca em vários muros da cidade.

Cheguei lá cheia de medo. Tirava algumas fotos e já escondia a camera, olhando para os lados, com receio de alguém chegar e tomar ela de mim. Passei por baixo do viaduto e vi alguns meninos cheirando cola. Eles não deram a mínima se eu tinha uma máquina fotográfica ou não. Ao contrário, eu é que fiquei impressionada, triste, e não parei de prestar atenção neles.

Resolvi subir no viaduto para ter uma visão mais ampla da favela. Estava fotografando lá de cima quando um menininho apareceu no cenário da minha foto. Lá, do outro lado da rua, no meio dos barracos de madeira. Eu perguntei se podia fotografá-lo e ele me respondeu com um jóia. Se animou todo e chamou mais dois meninos, que deviam ser irmãos. Fizeram pose, pediram para eu tirar mais fotos, davam risada e perguntavam se estava ficando bom.

Estavam lá, tão felizes por serem fotografados, mesmo em cima de uma pilha de lixo e entulho. E eu não posso negar que eles tinham razão, estavam lindos até mesmo nessa paisagem.
Algum tempo e fotos depois, eu decidi ir embora. Dei tchau de longe, agradeci, vi os três sorrirem para mim.



Saí de lá com o coração pesado, apertado. Eles nunca vão ver o resultado das minhas fotos e eu nunca vou sentir a felicidade que eles sentiram por serem fotografados de surpresa enquanto brincavam no quintal de casa.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Leitura nada esclarecedora


Em pleno sábado chuvoso, meio de feriado e eu aqui, trancada no meu quarto. Poderia ter saído, ido tomar cerveja, dar risada com as amigas, ir no cinema, jantar fora, poderia até dar uma adiantada no meu TCC. Posso falar inúmeras atividades para este momento, mas eu insisti em ficar com a menos interessante. Não quis nem o útil, nem o divertido.

Resolvi ler um dos livros que ganhei no curso de jornalismo online que fiz na semana passada no Espaço Cult, “Dossiê Cult – Filosofia contemporânea”. Nome sugestivo, pode ser encontrado em bancas por cerca de dez reais, mas eu tenho uma dica: não compre! Devo que admitir que não sou muito chegada nesses resumões que se dispõe a explicar, milagrosamente, coisas, eventos, livros ou pessoas que nós nunca entendemos. Isso me lembra o material didático de um cursinho pré-vestibular.

O livro é dividido em três partes: Nietzsche, Heidegger e Sartre. Agora me digam, que credibilidade merece alguém que tenta explicar Nietzsche em 23 páginas? Dou minha palavra que ler esse texto é muito mais confuso do que ler o próprio autor. E eu, inocente, esperava um trecho do tipo “balanço geral da filosofia contemporânea”, onde tudo fosse esclarecido e eu percebesse o quanto uma publicação como essa pode facilitar o entendimento de leigos como eu. Infelizmente, não aconteceu.

As 77 páginas do livro formam um Frankstein, diversos autores e citações que nem sempre ajudam em alguma coisa que não seja confundir. A sugestão que fica é, se quer ter alguma noção de filosofia, para de preguiça e usa o dinheiro do “Dossiê Cult” para comprar livros de bolso dos filósofos. Caso não consiga absorver tamanha intelectualidade, acredito que nada melhor do que a boa e velha pesquisa no Google para servir de guia. Ah! Faça-me o favor, essa história de ler um autor para entender o outro não é comigo!

O dia em que não entrevistei Cesária Evora

Depois de um show disputadíssimo da caboverdiana na Virada Cultural, evento que contemplou os paulistas com 24 horas de atividades culturais gratuitas (diversidade PURAAA!), chegou a vez de minha terra natal, Santo André, receber a diva dos pés descalços. Aconteceu no Teatro Municipal, na terça-feira (dia 29 de abril). Fui a trabalho pelo jornal mas, na realidade, eu iria de qualquer jeito. Um evento desse porte gratuito e do lado de casa não é de se desperdiçar.

Antes do show um colega do jornal me contou da aparição dela no programa de tv e de como ela era monossilábica. Fui para a apresentação com outro colega do trabalho, que também falou das respostas “sim”, “não” e “ééé...”, que Cesária costumava dar aos jornalistas. A assessora de imprensa da prefeitura tambéééém fez a delicadeza de dizer que era muito difícil tirar algumas palavras dela.


Começou o show. Linda, diva, maravilhosa. Que voz, que músicas, quanta intensidade! Aquela língua, o crioulo, da qual sou um pouco íntima por ter amigos da mesma nacionalidade, soava angelical.



Acabou o show, fui me encontrar com a assessora, que me levou para trás do palco. Fiquei esperando com outro estagiário de jornalismo. Ficamos sentados. Conversamos, claro, sobre como ele conhecia um jornalista que voltou puto da vida depois de uma entrevista com ela por não ter conseguido muito. Aquilo embrulhava meu estômago, mas a vontade de vê-la e descobrir como é aquela voz de perto era maior. Até que esperamos demais e o produtor, que tinha prometido nos chamar quando o camarim esvaziasse, foi embora e nos deixou lá. Voltei para casa a pé na garoa, frio, um pouco aliviada e muito triste por ter perdido essa chance de ouro. Foi assim, o dia em que não entrevistei Cesária Évora.